Faz mais ou menos uns cinco meses que a Pixel Media (editora cuja dona era a Ediouro, e que eu defendia com unhas e dentes diante de qualquer crítica – é, errar é humano) deixou todos os leitores e fãs do selo Vertigo sem saber o que fazer, diante do cancelamento das revistas Pixel Magazine e Fábulas Pixel. E isso porque só depois desses CINCO MESES é que os caras tomaram coragem de vir à público dizer que não iam mais publicá-las, e tome especulação nesse meio-tempo – especialmente na comunidade oficial da editora no orkut (envolvendo uma tal de “Renata” que supostamente trabalhava na Ediouro e disse que eles estavam estudando o que iam fazer com as revistas, mas ninguém falava em cancelamento).
Quando questionados sobre os motivos que os levaram a tomar uma atitude tão drástica, os executivos da Ediouro argumentaram que o problema foi a falta de lucro a curto prazo, como se a linha Vertigo fosse um estrondoso sucesso de vendas no Brasil, em vez de ser publicada em “doses homeopáticas” desde 1995. Mas quem disse que as coisas nunca podem piorar?
Eis que eu descubro, lendo algumas notícias na internet, que a mesma Pixel Media canceladora de títulos adultos vai lançar uma versão “teen” da Luluzinha, na esteira do sucesso da Turma da Mônica Jovem (e essa aqui merece um texto à parte). Agora me digam: o que diabos esses executivos tem na cabeça?
Nem vou me dar ao trabalho de falar o que todo mundo já sabe sobre as revistas da Vertigo; vamos nos ater à estupidez de tentar fazer uma versão “jovem” da Luluzinha. Não questiono a importância da personagem pros quadrinhos, mas sejamos francos: no atual cenário da publicação de HQ’s no Brasil, quem é a Luluzinha? A décima-terceira personagem depois de ninguém, nem mais nem menos. Embora pareça que ela pode passar pelo mesmo processo que a Mônica, a Ediouro não poderia dar um tiro mais certeiro no próprio pé.
Isso porque, diferente da senhorita Lulu e Cia., a Mônica nunca saiu de circulação. A intenção do Maurício de Sousa era justamente pegar esse pessoal que deixa a infância e, junto com ela, o hábito de ler os gibis da Turma da Mônica. O uso do mangá como estética (e não como estilo, como muitos pensam) serviu pra pegar também o pessoal que é fã desse estilo e que provavelmente nunca tinha lido nada da baixinha dentuça. Resultado: sucesso imediato. Diante desse cenário, nem mesmo o Aranha tem chance (e não falo do Aracnídeo da Marvel, e sim da “identidade secreta” do Bolinha).
Mas é claro que eles têm suas armas secretas. Uma delas é a aparição da Pitty (!), num show aberto pela banda do Bolinha (!!) – ou apenas Bola, já que ele ficou mais magro. Outra coisa que também apareceu foi um blog onde a protagonista bota uns pensamentos, alguns deles durante a revista (e pra serem modernosos, eles até tem twitter). Agora, sabe o que eu acho?
Que esse pessoal da Pixel não tem o menor medo de passar ridículo. Cara, é a LULUZINHA! Pergunta pra algum desses moleques dessa geração se ele sabe quem ela é. Daí vêm um bando de executivos engravatados que acreditam saber o que o público deles quer e declaram que “essa é a Luluzinha pras novas gerações”. É claro que falando isso fica parecendo que sou um desses nostálgicos que gostaria que as pinturas ainda fossem todas feitas à óleo, que abomina CD’s (mp3 nem pensar) e coisas desse tipo. Creia, não é o caso. O que me tira do sério é o descaso com o material de cunho “clássico”, com a desculpa que ele deve ser adaptado e atualizado àqueles que estão chegando. Até parece.
Se tem algo de bom nesse projeto (e ênfase no SE, senhoras e senhores), é o fato que pelo menos a Pixel parece ter um projeto mais definido que a Panini quando começou a Turma da Mônica Jovem. Por “projeto mais definido” entenda-se diálogos dignos de Malhação.
Definitivamente, um destino indigno para a personagem. Seu (ou sua) criadora certamente está se revirando no túmulo.
Quando questionados sobre os motivos que os levaram a tomar uma atitude tão drástica, os executivos da Ediouro argumentaram que o problema foi a falta de lucro a curto prazo, como se a linha Vertigo fosse um estrondoso sucesso de vendas no Brasil, em vez de ser publicada em “doses homeopáticas” desde 1995. Mas quem disse que as coisas nunca podem piorar?
Eis que eu descubro, lendo algumas notícias na internet, que a mesma Pixel Media canceladora de títulos adultos vai lançar uma versão “teen” da Luluzinha, na esteira do sucesso da Turma da Mônica Jovem (e essa aqui merece um texto à parte). Agora me digam: o que diabos esses executivos tem na cabeça?
Nem vou me dar ao trabalho de falar o que todo mundo já sabe sobre as revistas da Vertigo; vamos nos ater à estupidez de tentar fazer uma versão “jovem” da Luluzinha. Não questiono a importância da personagem pros quadrinhos, mas sejamos francos: no atual cenário da publicação de HQ’s no Brasil, quem é a Luluzinha? A décima-terceira personagem depois de ninguém, nem mais nem menos. Embora pareça que ela pode passar pelo mesmo processo que a Mônica, a Ediouro não poderia dar um tiro mais certeiro no próprio pé.
Isso porque, diferente da senhorita Lulu e Cia., a Mônica nunca saiu de circulação. A intenção do Maurício de Sousa era justamente pegar esse pessoal que deixa a infância e, junto com ela, o hábito de ler os gibis da Turma da Mônica. O uso do mangá como estética (e não como estilo, como muitos pensam) serviu pra pegar também o pessoal que é fã desse estilo e que provavelmente nunca tinha lido nada da baixinha dentuça. Resultado: sucesso imediato. Diante desse cenário, nem mesmo o Aranha tem chance (e não falo do Aracnídeo da Marvel, e sim da “identidade secreta” do Bolinha).
Mas é claro que eles têm suas armas secretas. Uma delas é a aparição da Pitty (!), num show aberto pela banda do Bolinha (!!) – ou apenas Bola, já que ele ficou mais magro. Outra coisa que também apareceu foi um blog onde a protagonista bota uns pensamentos, alguns deles durante a revista (e pra serem modernosos, eles até tem twitter). Agora, sabe o que eu acho?
Que esse pessoal da Pixel não tem o menor medo de passar ridículo. Cara, é a LULUZINHA! Pergunta pra algum desses moleques dessa geração se ele sabe quem ela é. Daí vêm um bando de executivos engravatados que acreditam saber o que o público deles quer e declaram que “essa é a Luluzinha pras novas gerações”. É claro que falando isso fica parecendo que sou um desses nostálgicos que gostaria que as pinturas ainda fossem todas feitas à óleo, que abomina CD’s (mp3 nem pensar) e coisas desse tipo. Creia, não é o caso. O que me tira do sério é o descaso com o material de cunho “clássico”, com a desculpa que ele deve ser adaptado e atualizado àqueles que estão chegando. Até parece.
Se tem algo de bom nesse projeto (e ênfase no SE, senhoras e senhores), é o fato que pelo menos a Pixel parece ter um projeto mais definido que a Panini quando começou a Turma da Mônica Jovem. Por “projeto mais definido” entenda-se diálogos dignos de Malhação.
Definitivamente, um destino indigno para a personagem. Seu (ou sua) criadora certamente está se revirando no túmulo.
Um comentário:
Muito bom o texto, acho que a Pixel é uma caça niquel sem sentido, achou que a Vertigo por ser diferente do que tinha no Brasil ia ser um estouro de vendas, ai lançaram tudo de uma vez e esperaram retorno rápido? Total falta de noçãod e mercado Aí vem e lança Luluzinha Teen, só para explorar o sucesso da Turma da Mônica Jovem. Ridiculo mesmo.
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