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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ANIVERSÁRIO DE 80 ANOS DA PUBLICAÇÃO DE O HOBBIT

Por J. B.

Autor & Obra.

Hoje completa-se oitenta anos da primeira publicação de O Hobbit, do Professor britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J. R. R. Tolkien, sua publicação original ocorreu no dia 21 de setembro de 1937, sendo aclamado pela crítica e recebendo os prêmios Medalha Carnegie e um prêmio do jornal New York Herald Tribuna de melhor ficção juvenil.

Arte de Alan Lee.
Bom, vamos a história... No início dos anos 1930, o Professor Tolkien buscava uma carreira acadêmica na Universidade de Oxford como Professor titular da cátedra Rawlinson e Bosworth de anglo-saxão, com uma associação à Pembroke College. Ele teve dois poemas publicados em pequenas coleções: Goblin Feet e The Cat and the Fiddle: A Nursery Rhyme Undone and its Scandalous Secret Unlocked, uma reformulação da canção de ninar Hey Diddle Diddle.

Seus esforços criativos neste momento também incluíram uma coleção de cartas intituladas The Father Christmas Letters para os seus filhos, manuscritos ilustrados que contaram com gnomos e duendes guerreando, e um atencioso urso polar, juntamente com a criação de idiomas élficos e uma mitologia, que tinha vindo a desenvolver desde 1917.

Todas essas obras foram publicadas postumamente.  Em uma carta que enviou ao escritor norte-americano W. H. Auden em 1955, Tolkien recorda que começou a trabalhar em O Hobbit na década de 1930, quando ele estava marcando papéis de Certificados Escolares. Ele encontrou uma página em branco e declarou em uma entrevista:

"Um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: 'Em um buraco no chão vivia um hobbit', não sabia e não sei por quê."

Ao final de 1933, Tolkien havia terminado a história, depois ele emprestou o manuscrito para algumas pessoas, entre elas a Reverenda Madre de Cherwell Edge, o escritor e amigo C. S. Lewis, e uma estudante chamada Elaine Griffiths. Em 1936, quando Griffiths foi visitada em Oxford por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford , que trabalhava para a editora Allen & Unwin, sediada em Londres, mostrou o livro para Stanley Unwin, que então pediu ao seu filho Rayner, de dez anos de idade, para analisá-lo. Os comentários favoráveis de ​​Rayner resultaram na decisão da Allen & Unwin de publicar, em 1937  a primeira edição de O Hobbit.

Critica de Rayner Unwin.
"Bilbo bolseiro era um Hobbit que morava em sua toca de Hobbit e nunca se metia em aventuras, finalmente Gandalf, o mago e seus anões o persuadiram a ir com eles. Ele teve várias aventuras, lutando contra goblins e wargs. Finalmente eles chegaram à Montanha Solitária. Smaug, o dragão que a guardava é morto e após uma batalha terrível contra os exercícios de goblins ele retorna para casa rico! Este livro, com o auxílio de mapas, não requer quaisquer ilustrações. É bom e deve agradar todas as crianças entre 05 e 09 de idade."

A Allen & Unwin, publicou a primeira edição de O Hobbit em 21 de setembro de 1937 com uma tiragem de 1.500 exemplares, que se esgotou em dezembro do mesmo ano, por causa de críticas entusiastas e da ampla divulgação boca-a-boca por parte dos leitores, esta primeira impressão foi ilustrada em preto e branco pelo próprio Tolkien, que desenhou a sobrecapa também.

Na época, a editora americana Houghton Mifflin, sediada tanto em Boston como em Nova York, redefiniu o tipo para uma edição americana, a ser lançada no início de 1938, em que quatro das ilustrações seriam gravuras coloridas. 

Allen & Unwin decidiu incorporar as ilustrações coloridas em sua segunda edição, lançada no final de 1937. Apesar da popularidade do livro, o racionamento de papel provocado pelas condições da Guerra não terminou até 1949, e isto significou que a obra esteve muitas vezes indisponível para compra durante este período.

À época de seu lançamento, a maioria dos comentários da crítica literária sobre O Hobbit foram positivos tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Muitos deles continuaram a publicidade realizada pela Allen & Unwin, que havia comparado o livro com Alice no País das Maravilhas e do outro lado do espelho, dois romances do inglês Lewis Carroll. No entanto, Tolkien não gostou da comparação e a referência desapareceu na segunda edição de 1965.

A Companhia de Thorin Escudo-de-Carvalho.
O escritor britânico C. S. Lewis (amigo de Tolkien e autor da série de fantasia As Crônicas de Nárnia), publicou duas críticas anônimas no suplemento literário do jornal inglês The Times e no The Times em si, em que elogiou tanto o romance quanto Tolkien e previu o futuro sucesso da obra, escrevendo:  

O Dragão Smaug e o tesouro dos anões.
"A verdade é que neste livro uma série de coisas boas, nunca antes unidas, chegaram juntas: um fundo de humor, uma compreensão de crianças, e uma fusão feliz do erudito com a compreensão de mitologia do poeta... O professor deu um ar de não inventar nada. Ele estudou trolls e dragões em primeira mão e os descreveu com essa fidelidade que é equivalente a oceanos de simplista 'originalidade'".

Apesar de ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil, foi somente após o lançamento da trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que Tolkien passou a ser conceituado por milhões de fãs. Em 1996, uma pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com o canal de televisão Channel 4, elegeu O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O Hobbit entre os vinte melhores.

Uma outra pesquisa, datada de 2003, feita pela BBC, perguntando às pessoas qual o livro favorito delas, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro, e "O Hobbit" em vigésimo quinto. Foram vendidos mais de 50 milhões de exemplares em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a ler e estudar a obra do autor.

O fato de ter ganho uma notoriedade mundial  provocava mais transtornos que prazer ao Tolkien, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu encontro, ocorreram ocasiões em que fãs norte-americanos telefonavam durante a madrugada para a casa dele, sem levar em conta o fuso horário por exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão de se mudar para Bournemouth.

Edições posteriores em inglês foram publicadas em 1951, 1966, 1978 e 1995, o romance foi reeditado com frequência por muitos editores.

No mais, só posso fazer um agradecimento póstumo ao Professor Tolkien, que deve estar ao lado de Eru Ilúvatar, juntamente com sua esposa Edith Bratt, por nos ter presenteado com essa obra linda, e com esse fantástico universo contido na Terra-Média.

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