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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

REVIEW DE AQUAMAN (SEM SPOILERS)

Por J. B.

Finalmente tivemos a estreia de Aquaman, com o trio de atores Jason Momoa, Amber Heard e Patrick Wilson, nos papéis de Arthur Curry, Mera e o Rei Orm e direção do prestigiado James Wan, um dos mestres do cinema de terror atual, responsável pela origem não apenas de uma, mas de três franquias milionários do cinema de horror: Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal. Onde temos um filme com as mais diversas expectativas dos mais diversos públicos.

Enquanto os fãs, em uma porcentagem bastante representativa, polarizam essa era onde super-heróis se tornaram um gênero com uma das rentabilidades mais atraentes para a indústria do entretenimento. O personagem sempre foi considerado pelos fãs, e pela própria D.C. Comics como um herói de 2ª, 3ª escalam.

Tal atitude só começou a mudar em 2011, com o lançamento do selo The New 52, o reboot que ocorreu na Casa das Lendas, lá o roteirista Geoff Johns, com a participação dos brasileiros Ivan Reis (Desenhos), Joe Prado (Arte-Final) e Rod Reis (Cores) conseguiu fazer com que a percepção que os leitores tinha do  Monarca da Atlântida muda-se.

Conseguindo mostrar que, mesmo ele sendo um personagem um personagem que "fala com peixes", cavalga um cavalo-marinho gigante e nada com golfinhos, o que convenhamos é algo bem foda, ele é um dos seres mais poderosos das HQs, sendo o soberano de um dos universos mais ricos e belos a serem explorados, os oceanos.  E isso ganha ainda mais força com o novo filme solo de Arthur Curry, o Aquaman.

O longa se inicia com uma narrativa, feita o pelo próprio Arthur Cury, onde ele nos conta quem é, na verdade o Metahumano conhecido como o Aquaman e como surgiu sua história. Esse início nos dá um certo toque mágico, maravilhoso ao filme, fazendo você se sentir presente o tempo todo, ele nos transporta para uma imersão ao fundo do oceano de tão forma que não estranhamos os momentos em que o som muda, ficando mais abafado e trazendo a sensação de que estamos realmente em um outro mundo, tão alienígena para nós, mas ao mesmo tempo pertencente ao nosso planeta. 



Durante uma das entrevistas para a divulgação do filme, o diretor James Wan comentou que quis fazer com que o herói voltasse a ser considerado um dos mais poderosos da D.C. algo como o que foi feito na reintrodução do personagem, durante o The New 52. Já durante a San Diego Comic-Con, Wan disse o seguinte: 

James Wan, Amber Heard & Jason Momoa.
"70% do nosso planeta é água, certo? Então, pensando bem, ele é o super herói mais poderoso. Então você sabe, eu sei bem que ele tem sido uma piada no mundo dos super heróis por muito tempo. E eu não estou fugindo disso, estou me apropriando disso também e aceitando o lado dele que é feito de piada e tentando fazer algo super legal com isso."

James usou elementos familiares aos fãs do personagem, tanto das HQs clássicas quanto na animação dos anos 70. Temos os cavalos-marinhos domesticados, que foram tanto zuados durante as primeiras temporadas do desenho Superamigos, e que no filme evoluíram para um novo ser chamado Dragões Marinhos.

Vemos, também, esse compromisso assumido em adaptar fielmente, mas com uma abordagem mais moderna, o vilão Arraia Negra, cujo visual está simplesmente perfeito, interpretado pelo Yahya Abdul-Mzteen II, cuja história de origem o remete a uma vida do mais puro e sincero desejo de vingança, em uma cena que oscila entre o emocionante e o vergonhoso. 

Foi sensacional a forma que explicaram coisas durante o filme sem parecer forçado, coisas como por exemplo, como o capacete do Arraia dispara lasers e por qual motivo ele é tão grande? Como a armadura dele sobrevive as profundidades? Todas essas questões são respondidas no filme.

Um dos pontos que mais me chamou atenção e foi um deleite aos olhos, foi a cidade de Atlântida, Wan nos mostrou um mundo composto de cores vívidas, criaturas verdadeiramente fascinantes desde os menores peixes até os mais assustadores e deslumbrantes criaturas, como os já citados Dragões Marinhos, cavalgados pelo exército do reino de Xebel e seu rei Nereus, vivido pelo ator Dolph Lundgren, Tubarões Guerreiros, usados pelos soldados atlantes, o monstruoso Karathen e até um incrível polvo percussionista, inspirado no polvo Topo, que aparecia durante os primeiros números da HQ Aquaman, na chamada Era de Prata, entre outras criaturas peculiares.

Arthur Curry v Rei Orm.
No mais, todos os efeitos especiais são um show à parte, a todo momento em que o filme se encontra debaixo d’água, ele usa a técnica de maneira impressionante, seja para representar os cabelos dos personagens, ou a arquitetura e a tecnologia de Atlântida. 

Nesse ponto, o gênero também se mistura de uma forma perfeita, fazendo com que Aquaman consiga explorar todo seu potencial.  Uma das coisas que notei em um dos trailers, e constatei vendo o longa, foi a forma magnífica uma guerra nas maiores profundezas do mar, nos permitindo vislumbrar algo como as batalhas espaciais da franquia Star Wars.

Nikole Kidman com a Rainha Atlanna.
Ao mesmo tempo em que vemos posicionamento de tropas no mesmo estilo dos filmes de Capa & Espada, como a consagrada Trilogia The Lorde of the Rings, são tantos os paralelos que podem ser traçados devido ao fluxo intenso e mutável do filme. Tudo isso sem perder ritmo, clima ou mesmo sua essência.

Outro ponto onde a direção do Wan se destaca é ao nos mostrar como consegue fazer com que cada ator possa dá seu máximo e ter um  aproveitamento maior durante as filmagens. Um dos exemplos é o carisma de Jason Momoa, algo tão bem aproveitado no longa quanto seu porte de estrela de filmes de ação, Arthur Curry é um personagem cujo tom já é estabelecido logo no começo, onde vemos sua melhor atuação, nos entregando um personagem que consegue mesclar o arquétipo do herói brucutu ao mesmo tempo em que consegue ser sagaz. 

Já Patrick Wilson, o rei Atlante e aspirante a Mestre dos Oceanos, também mostra mais uma vez sua capacidade como ator, nos entregando um antagonista digno de se opor ao herói, mostrando um ótimo trabalho toda vez em que é requisitado. 

Arraia Negra.
Tanto o Mestre dos Oceanos, como o Arraia foram, em suas respectivas esferas, vilões bem construídos, de forma que eles se mostram como os responsáveis pela impossibilidade do herói recusar o chamado para sua jornada.  

A sinergia entre Amber Heard e Momoa é outro ponto forte da produção, eles formam uma dupla tão díspares, fazendo com que os personagens acabem se completando. Amber nos entrega uma Princesa Mera que segue os passos iniciados pela Mulher-Maravilha, como alguém bem resolvida e que é tão determinada quanto o Aquaman. 

Obstinada, ela é um exemplo ideal de uma boa parceria no universo dos heróis, se apresentando como uma personagem que soma tanto ao personagem homônimo, que é impossível o desenrolar da narrativa sem a sua presença. 

Esse sincronismo se estende de maneira complementar com os demais personagens, como com a rainha Atlanna, interpretada por uma Nicole Kidman estonteante, em figurinos soberbos, outro personagem dono de uma empatia e carisma cativantes, é o atlante Vulko, interpretado pelo talentoso Willem Dafoe, ele mostra o mentor que exala sabedoria e preocupação com a iminente guerra entre Atlântida e o mundo da superfície. 

Como disse meu amigo Bruno Castro, do site Setor 2814, o roteiro de Aquaman, de autoria da dupla Will Beall e David Leslie Johnson, se mostrou tão bem fechado em sim mesmo que mesmo procurando não conseguimos encontrar furos.

Para encerrar quero posso dizer é, vão ao cinema com o coração aberto para se divertir por algumas horas e perceber que o Aquaman não tem NADA haver com o que fizeram com ele ao longo das décadas. 

Nota: 10. 

Trailer legendado: 


Um comentário:

J.N disse...

Muito bom👏👏👏

 
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