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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

REVIEW DE STAR TREK: BEYOND

Por J. B.

Alguns dias atrás consegui assistir o novo filme da franquia da tribulação da U.S.S. Enterprise, o longa Star Trek: Beyond, que deve sua direção mudada de J.J. Abrams, que foi comandar o renascimento de Star Wars, para Justin Li, responsável pelos longas The Fast and the Furious, do III até o VI.

Abrams deu uma grande sorte de fazer duas excelentes escolhas o longa, em primeiro lugar chamou o ator e trekker nerd enciclopédico, Simon Pegg, o interprete do engenheiro Montgomery Scott, enquanto que a direção foi entregue a um outro fã da saga de Kirk e Cia., cujo envolvimento com a história é totalmente emocional, já que Justin cresceu vendo a série de TV ao lado de seu pai.    

Justin recebeu a incumbência de continuar a missão de renovação da amada franquia de ficção científica, o terceiro filme da nova saga acerta em todos os pontos e faz as pazes até mesmo com fãs antigos da série nascida nos anos 1960, que podem ter se decepcionado com o 2ª filme da nova franquia não entregou.

J.J. Abrams & Justin Li.
No entanto quando foi anunciado a substituição dos diretores, começou a correr nas redes sociais um boato de que teríamos apenas ação, sem o espírito característico da franquia, que teve seu retorno para as telas grandes em 2009. Esses boatos tomaram mais força quando ocorreu a divulgação do primeiro trailer, que foi focado muito mais nas cenas de ação, do que na ficção científica/aventura.

Um dos pontos que marcaram essa produção foram os falecimentos dos atores Anton Yelchin, que interpretou o Pavel Chekov, morto em decorrência de um acidente automobilístico na época da pós-produção, é muito triste ver todas as cenas de Anton que, embora não possua nenhuma despedida, acaba sedimentando o personagem e deixa a todos com o coração pesado pela falta de uma conclusão ao papel do animado Chekov. Ainda assim, é quase seguro dizer que Yelchin adoraria ver a forma como seu personagem foi construído no filme.

Outra homenagem pura e belíssima, foi a prestada ao saudoso Leonard Nimoy, o Spock original, cujo falecimento acaba sendo usado pelos roteiristas Doug Jung,que inclusive faz uma pequena participação como o companheiro do piloto Hikaru Sulu, vivido por John Cho, e Simon Pegg como motivação para o novo Spock, interpretado por Zachary Quinto, em uma cena que relembra de forma honrada, um passado bem mais anterior que 2009.

Depois dos longas Star Trek de 2009 e Star Trek: Into Darkness de 2013, a dinâmica dos atores e da equipe como um todo sofreu uma mudança extremamente positiva, por mais que alguns dilemas soem repetitivos, como no caso da trama passada pelo Capitão Kirk e os conflitos vividos pelo Spock juntamente com a Uhura, a consistência do grupo é tão forte que qualquer redundância com os filmes anteriores também acaba recebendo mais sustentação. 

A tripulação da U.S.S. Enterprise
Chris Pine, Zachary Quinto e Karl Urban estão visivelmente mais confortáveis nos seus papeis, já os outros membros da tripulação, embora tenha funções mais tangentes, também já domina com maestria suas funções, a belíssima Zoe Saldana já incorporou toda a potência de Nyota Uhura, ao mesmo tempo em que o engenheiro Scotty agora tem mais tempo de tela e mais funções, assim como Chekov e Sulu. Isso é um aspecto bem positivo do filme, já que durante o segundo ato do filme, toda a equipe está desfalcada em núcleos divergentes, que conseguem manter o espectador igualmente preso na história.

Chekov & Spock.
O novo longa é, talvez, o que mais se aproxima do espírito dos filmes e episódios originais. Lin conseguiu unir sua experiência em filmes de ação com uma pegada mais forte de ficção científica do que vimos nos filmes anteriores. O diretor, que já provou que sabe fazer cenas de ação, conseguiu dar um ritmo equilibrado ao filme, sem deixar com que fique chato ou com que pareça um videoclipe.

Este novo capítulo da franquia começa com uma rápida sequência, que nos remete aos episódios originais da série de TV, onde vemos o Capitão Kirk negociando um acordo entre duas espécies que não pertenciam A fora da federação dos Planetas Unidos, como parte de sua missão de cinco anos iniciada ao final de  Star Trek: Into Darkness. Voltamos ao universo criado por Gene Roddenberry, onde somos reapresentados à nave estelar Enterprise e a sua tripulação, enquanto Kirk fala sobre como, após três anos de missão, a vida de capitão está se tornando, nas próprias palavras do Capitão, monótona. Vemos a Enterprise como uma comunidade e os membros principais da tripulação mais humanizados, esse é o maior trunfo de Beyond. 

Anton Yelchin que viveu o Pavel Chekov.
Por mais repleto de cenas de ação que seja, o longa tem muitos momentos lentos e humanos, com vários diálogos mais pessoais que exploram melhor a relação entre os vários personagens da tripulação e dando mais espaço para outros personagens. O destaque vai para as cenas entre o Doutor McCoy e o Spock, que têm algumas das melhores cenas de todo o filme, nos fazendo rir dos diversos dramas apresentados. McCoy e suas reclamações são hilárias, justamente por serem previsíveis, fazendo com que nós já imaginemos a reação do personagem antes mesmo dela acontecer.

Star Trek: Beyond traz um profundo amadurecimento da franquia, desde o reboot, incluindo a postura de cada um dos personagens, o capitão Kirk é visualmente o líder que conhecemos, firme, corajoso e com um profundo amor por sua tripulação e por sua nave. Desta vez não vemos aquelas brincadeiras meio inconsequentes vistas nos filmes anteriores, apesar dele estar presente em diversas situações de humor.

Com uma tripulação aparentemente exausta, James T. Kirk e os demais chegam a Estação Espacial da Federação batizada de Yorktown, onde podem recuperar um pouco de suas energias.  Porém, um chamado de socorro vindo de uma região ainda não explorada da galáxia, faz com que a U.S.S. Enterprise seja a melhor opção para um plano de resgate. Chegando ao local indicado, a nave sofre um ataque, comandado pelo misterioso Krall, interpretado pelo ator Idris Elba, que possui um grande ódio pela Federação, e que conseguiu cumprir bem o papel, demonstrando a capacidade de Elba como ator, a única falha em seu personagem, onde suas motivações são entregues em uma hora pouco propicia, se de ao roteiro e não a falta de sua capacidade de atuar.

O antagonista Krall.
Krall se torna o elemento externo que ameaça o o sistema de governo utópico e perfeito, onde tudo funciona e há uma ordem sem conflitos, criado pela Federação do Planetas. Por mais que a ficção retire um pouco da realidade da coisa, ele funciona como a alegoria perfeita para um terrorista. Para falar a verdade, seu papel vai um pouco além disso, mas entrar nesses detalhes seria estragar uma reviravolta vital do personagem.

Presos num planeta alienígena e isolados da Federação, a tripulação deve provar que são os melhores da frota. Nesse sentido, mais um ponto para a produção, que separa os tripulantes principais em duplas, de modo a criar situações tensas ou divertidas no roteiro – e deixando todos com quase o mesmo tempo de tela e peso na trama.

Jaylah
Em relação a novos personagens tivemos a grata surpresa da aparição da Jaylah, uma engenheira adorável, durona e independente que certamente ganhara um fã clube em breve, interpretada pela atriz Sofia Boutella, e que está sempre interagindo e acompanhando o resto do elenco, flertando com todos os lados "Você me ajuda e eu te ajudo!". 

Além de guerreira implacável, a improvável heroína traz um tom leve ao filme, por seu comportamento errático e cético em relação ao que é normal para a Frota, ela traz as melhores cenas de humor e ação, inclusive, que é um dos pontos altos do filme.

Porém, longe das investidas de Hollywood, o núcleo da ação se torna tenso e potente por conta de quem a pratica. Cada pancada é sentida pelo próprio público, não apenas porque atinge um herói, mas porque atinge alguém com o qual temos empatia.

Spock, Jaylah & o Doutor McCoy.
Em uma surpresa gratificante, o som de Beastie Boys marca presença no filme, honrando a aparição de músicas da banda nos outros dois títulos da nova trilogia com uma cena ao mesmo tempo absurda e inesquecível de destruição intergalática com a batida de Sabotage, o diretor J.J. Abrams, responsável pelos dois outros longas e verdadeiro fã do grupo, deve ter ficado orgulhoso. É a verdadeira junção de gerações em um filme que dá espaço a personagens fortes como a oficial Uhura, o médico Leonard McCoy, Montgomery Scott e outras figuras importantes da U.S.S. Enterprise brilharem em seus respectivos momentos além de Spock e Kirk.

Depois dos dois filmes anteriores, Star Trek: Beyond vem para consolidar de forma brilhante essa nova franquia no antro cinematográfico. Este terceiro filme consegui balancear de forma consciente a mitologia desse universo, ao mesmo tempo que conseguem nos entrega uma trama excelente de ação e que é movido, principalmente, pela emoção de seus personagens e a construção de uma boa tensão sem escapadas fáceis. Star Trek: Beyond trouxe um respiro necessário para a franquia, onde podemos destacar sua completa sinceridade e simplicidade.

Nota: 09,5

Trailer I:



Trailer II:



Trailer III:

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