REVIEW DE STAR WARS: THE FORCE AWAKENS

Por J. B.

Finalmente depois de quase 15 dias, consegui assistir Star Wars: The Force Awakens, e devo dizer que a emoção foi grande, ver a franquia que comecei a amar nas tardes da Sessão da Tarde nos anos de '80, renascida, rejuvenescida para uma nova legião de fãs, porém sem esquecer dos primeiros fãs.

O diretor J. J. Abrams, juntamente com Lawrence Kasdan, roteirista de Star Wars V: The Empire Strikes Back, conseguiu criar um recomeço para Star Wars, como fez com as franquias Missão Impossível e Star Trek, que fizesse justiça com a trilogia original, e nos fizesse esquecer a trilogia prequel, sem deixar de trazer elementos novos para esse universo sempre em expansão.  

Abrams e Kasdan se focaram no básico: fazer um bom filme, e conseguiram. The Force Awakens não é apenas um dos melhores episódios da série, mas também é uma bela obra cinematográfica. Outro acerto foi em relação as efeitos especiais, eles são incríveis e são várias as cenas de ação, no entanto o que deve ser salientado é que esses efeitos não são tão artificiais e frios, sem vida, como os que foram apresentados nos episódios I, II e III, ou então desnecessários como os utilizados nas modificações posteriores na Trilogia Original. J. J. parece mais interessado em criar um mundo que seja plausível, embora repleto de criaturas, naves e tudo mais, do que ficar colocando criaturas digitais gigantes por todos os cantos.

Isso sem falar na sagacidade de trazer o MESTRE John Williams para compor a trilha sonora dessa nova trilogia. Para os fãs é maravilhoso poder ouvir, novamente, o tema original, o da Leia e do Han, o lindo tema da Força, mas os novos temas também destacando-se, como o da Rey.

Oscar Isaac (Poe Dameron), Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn) & Adam Driver (Kylo Ren)

Os novos elementos da franquia são representados nos atores principais John Boyega, Daisy Ridley, Oscar Isaac, Adam Driver e, Andy Serkis, respectivamente nos papeis de Finn, Rey, Poe Dameron, o seguidor do Lado Negro da Força Kylo Ren e o Líder Supremo Snoke. Mais não podemos esquecer do retorno de nomes consagrados na franquia, como Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Anthony Daniels, Kenny Baker e Peter Mayhew, retornando aos papeis de Luke Skywalker, Han Solo, Leia Organa, C3PO, R2D2 e Chewbacca.

Esse novo capitulo de nos mostra que, em decorrência a queda do Império e da instauração da Nova República, ocorreu o surgimento da Primeira Ordem, grupo que deseja trazer os ideais totalitaristas imperiais de volta a galáxia. Para combater essa nova ameaça, a Nova República cria uma Resistência, liderada pela General Leia Organa. Neste cenário, somos apresentados à sucateira Rey, ao desertor da Primeira Ordem e ex-Stormtrooper Finn, ao piloto da Resistência Poe Dameron e ao vilão Kylo Ren.  

Com exceção do ousado Poe, único desses novos personagens que já surge com um senso de si formado, todos os outros estão em busca de suas próprias identidades, com os heróis e vilões da trilogia clássica sendo elementos importantíssimos das jornadas pessoais de cada um deles. Leia, Luke e especialmente Han, acabam guiando os novatos em suas escolhas, em uma trama no qual o destino da galáxia acaba encontrando um espelho em relações pessoais bem mais íntimas.

Falando da geração original, fica impossível não destacar o retorno de Harrison Ford ao papel de Han Solo. Ele encarna o personagem com um maestria tremenda após mais de trinta anos longe. Reencontramos Solo fugindo de velhos fantasmas e retornando velhos hábitos, e se vendo na obrigação de atuar como guia para essa nova geração. 

Cada uma das rugas no rosto de Ford contribuem para mostrar tudo pelo que o velho pirata passou, ranzinza e rabugento, mas ainda conseguindo ser o adorável cafajeste que todos os fãs amam, Han é o verdadeiro elo entre todos os personagens e Harrison Ford exala carisma em todas as suas cenas e deixo o aviso que será difícil para os fãs mais antigos segurarem as lágrimas ao verem Han e Leia, juntos em cena.

Quero aproveitar para tecer alguns comentários sobre os novos integrantes de Star Wars, personagens que gerações, com certeza, irão amar daqui para a frente, como foi com a Trilogia Original. Começo por aquela que conquistou os corações dos fãs, trata-se da atriz Daisy Ridley,  Ridley é a heroína do século XXI. Junto com a Furiosa de Charlize Theron, em Mad Max: Fury Road, chega para mostrar de uma vez por todas que mulheres têm sim lugar no cinema de ação. 

Leia talvez tenha sido uma das primeiras personagens femininas fortes do cinema de ficção e é interessante ver Star Wars mais uma vez marcando presença neste sentido. Trata-se de uma heroína natural, forte, inteligente, ágil, que não precisa ser conduzida ou salva por um homem, mostrando isso no filme em várias ocasiões.   

Já o Finn, personagem de John Boyega, é quase o alívio cômico da produção, no entanto sem se transformar em um palhaço bobo e imbecil, Star Wars sempre teve humor e Finn representa bem este elemento, seja por frases engraçadas, seja pelo desespero com que lida com algumas situações.

Também temos o Oscar Isaac, no papel de Poe Dameron, considerado o melhor piloto de X-Wings da Resistência, o braço armado da Nova República,  que no começo do filme está em uma missão especial para "uma certa Princesa".  

Do lado, na Primeira Ordem, surge o temido Kylo Ren, um vilão complexo e muito bem desenvolvido. Ren nasceu alguns anos após a Batalha de Endor. Como um adulto, cerca de trinta anos mais tarde, ele se tornou um seguidor do Lado Negro da Força e um membro dos Cavaleiros de Ren, adotando Ren como seu sobrenome. Ele construiu seu próprio sabre de luz, um projeto perigoso e irregular ao contrário do que é realizado por um Jedi. Além de instável, Ren é obcecado pelo Lorde Sith Darth Vader, uma figura poderosa do antigo Império Galáctico, ele modelou sua aparência e comportamento a partir do que descobriu sobre Vader, e promete terminar o que ele começou. 

Uma das motivações para a sua obsessão é o dever que ele sente para com o Lorde Sith. Ren também é conhecido por seu temperamento explosivo, quando lidava com adversidades, ele tinha ataques de fúrias, onde ele podia atacar com seu sabre de luz qualquer coisa à vista, devastando equipamentos simplesmente para expressar sua frustração. Se pudessem, stormtroopers preferiam ficar longe do mentalmente instável Kylo Ren quando ele estava naquele estado de espírito. Ele aliou-se com a Primeira Ordem, uma junta militar nascida a partir dos restos do Império Galáctico, onde trabalha sob a liderança do Líder Supremo Snoke, uma figura poderosa no Lado Negro da Força.

E completando o novos integrantes da franquia temos o  BB-8, um carismático Droid Astromech, que parece um amálgama do R2D2 com o Wall-E, que conquistou crianças e adultos. Assim como na trilogia clássica o R2D2 conseguia, com seus assobios, passar sentimentos e interagir com situações adversas, o BB-8 faz o mesmo, com uma diferença, pelo menos para mim, ele consegue passar isso com mais ardor. Percebemos medo, felicidade, tristeza nele, tudo isso apenas com movimentos de cabeça, close-up no olho e no timbre dos assobios, com certeza, se nos próximos filmes por algum motivo, o personagem R2D2 não puder está presente o BB-8 vais ser um bom substituto.

O título Star Wars: The Force Awakens prometeu ser um recomeço da franquia e cumpriu, o Despertar não aconteceu apenas na Força, ele também desperta o sentimento de que esse Star Wars é o que os fãs esperavam desde The Returns of Jedi, há quase 33 anos, os prequels podem ter ajudado a vender mais brinquedos, mas não passaram perto de fazerem justiça a toda história pregressa. 

Temos um filme que honra o passado, se enche de força e vigor para lidar com o presente e estabelece uma base sólida para o que virá a seguir, inspirando juntos os fãs antigos e, com toda certeza, uma nova geração.

Trailer I:

Trailer II:

Trailer III:

Minha nota não pode ser menor que 10,00.

E que venha dezembro de 2016 com Star Wars: Rogue One.