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segunda-feira, 10 de julho de 2017

REVIEW DA 1ª TEMPORADA DE CASTLEVANIA

Por J. B.

Na última semana a Netflix liberou a 1ª temporada completa do anime Castlevania, inspirado no game Castlevania III: Dracula's Curse produzida pela Konami e lançada em 1990. Essa temporada foi composta de 04 episódios, com cerca de 25 minutos, mas que consegue nos deixar com uma "SEDE" por mais episódios. A série é incrivelmente brutal não destinada a crianças ou para pessoas com estômago fraco para violência e generosas quantidades de vísceras e sangue.

A história, assim como no game, é centrada em Trevor Belmont, último membro do Clã Belmont, lendários caçadores de vampiros que foram excomungados pela Igreja, que conta com a voz do ator Richard Armitage, o Thorin Escudo-de-Carvalho da trilogia The Hobbit.  

A trama se passa em 1476, onde o Conde Dracula, dublado por Graham McTavish, reuni uma horda de demônios para aniquilar a humanidade inteira, em vingança pelo fato de sua esposa, uma humana chamada Lisa, ter sido queimada viva acusada de bruxaria pela igreja. 

Ao descobrir sobre o ocorrido, Drácula jura vingança, prometendo destruir a cidade de Wallachia, um ano a partir daquela data, quando o dia chega, não só a Wallachia, mais todas as cidades da região começam a ser assoladas por demônios, com seus cidadãos sendo mortos indiscriminadamente.

Há poucas alterações em relação ao game, considerando que o jogo é produto de uma época onde a história não importava tanto quanto a jogabilidade, Castlevania nos fez um imenso favor  ao dar uma grande profundidade à ira do Dracula e personalidade ao Trevor Belmont. O roteiro,  escrito por Warren Ellis, da aclamada HQ Hellblazer, adaptou muito bem a essência da franquia, enquanto as sequências dramáticas da progressão da história são bem manipuladas e atendem a sua finalidade.

Vlad Dracula Tepe.
O humor em Castlevania não desaponta, sejam as tiradas sarcásticas de Trevor Belmont, que quase sempre tem uma observação sarcástica para fazer, sem no entanto prejudicar o sentimento de pavor iminente que temos assistindo, ou os diálogos inusitados por parte de outros personagens. É um humor negro e sarcástico, que não destoa do clima sombrio imposto pelos cenários decrépitos.

Trevor Belmont.
Ellis garante, em seu roteiro, profundidade à trama ao explicar, sem no entanto justificar as ações do Conde. As chamas da Inquisição são retratadas como um terror tão grande quanto o que sentimos ao vermos as ações dos próprios demônios. 

A morte de Lisa é trágica ao ponto que simpatizamos com as ações do antagonista da série, chegando ao ponto de nos pegarmos, inclusive eu, torcendo para que ele destrua os fanáticos religiosos que queimaram aquela mulher, tão somente porque ela queria utilizar a ciência para ajudar as pessoas.

Voltando à trama, Trevor tenta viver sua vida longe de problemas, principalmente problemas com monstros, até que ele se vê em uma cidade que irá ser atacada pelo exercito do Dracula ao anoitecer. Lá Trevor conhece um grupo de Oradores, uma ordem que tem como função passar os conhecimentos de maneira oral, já que para eles escrever em um pedaço de papel é quase um sacrilégio. Dentre os membros dessa ordem, Trevor encontra a jovem Sypha, dublada pela Alejandra Reynoso, neta do líder dessa ordem e conhecedora de magia.

Com a ajuda de Sypha, Trevor consegui resistir ao ataque demoníaco, em uma sequência de ação de tirar o fôlego. Quando tudo parecia terminar bem, os dois caem por uma fenda, que se abre na cidade. Onde depois de passarem por umas armadilhas encontram o personagem Alucard, dublado por James Callis, filho de Dracula, que estava em repouso para se recuperar de sérios ferimentos sofridos, enquanto tentava impedir o pai de invocar o exército das Trevas.

Belmont, Sypha e Alucard.
Castlevania nos trás à velha figura do vampiro sugador de sangue, algo muito bem vindo após tantas releituras da criatura sobrenatural, algumas verdadeiramente vergonhosas como a saga Crepúsculo.

Warren consegue deixa sua marca de maneira bem clara, conseguindo criar um reflexo entre o Belmont com o mago do Universo D.C., o John Constantine, em se tratando de sua personalidade. De imediato conseguimos nos identificar com o personagem, que muito bem representa a luz da razão nessas Trevas dominadas pelo controle à Mão-de-Ferro da Igreja.

É preciso ressaltar que essa temporada de Castlevania não busca entregar uma ação desenfreada, seu intuito na verdade seria o de nos contar uma história, onde as sequências de ação são limitadas, são organicamente encaixadas com a trama. 

O diretor Sam Deats acertou em cheio nesse caso, sabendo quando agilizar ou tornar as coisas um pouco mais lentas, a tal ponto que nos vemos engajados pelo que ocorre em tela, sendo usadas para desenvolver seus personagens.

Há de ser louvado todo o trabalho de design que a série apresenta, mantendo o respeito os aspectos originais dos personagens, em especial ao próprio castelo de Dracula, onde vemos construções com tecnologias muito à frente de seu tempo, o lado sobrenatural caminha junto da ficção científica aqui. Por ser um desenho para adultos, os tons mais escuros são permitidos, fornecendo o necessário ar de mistério à morada do Morto-vivo, que aparece brevemente e a todo o restante do cenário, que realmente passa o ar de uma terra em decadência.

Ao finalizar os quatro episódios, enxergamos com clareza os planos de Warren Ellis, que compõe o primeiro arco da história aqui. Ele conseguiu nos entrega uma trama fechada, deixando em aberto, claro, a caçada ao Vlad, para a 2ª temporada, já confirmada pela Netflix, neste inicio fomos apresentados aos personagens e os vimos se posicionando nesse tabuleiro. Agora nos resta saber como cada um irá se mover a partir daqui.

Nota 10.

Trailer legendado:


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